quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Capítulo 5 – A seleção – A entrevista

O dia amanheceu com um sol meio tímido, mas eu estava tão ansiosa e radiante que para mim parecia um dos dias mais ensolarados em LA. Abri meu closet, olhei e achei que nenhuma das roupas que lá estavam serviam para eu utilizar naquele dia, aquela dúvida de sempre, o que vestir em ocasiões tão especiais.
Gritei: - Margareth, venha cá me ajudar! E ela prontamente apareceu
Marg: - Sim senhora, o que deseja?
Eu: - Por favor, o que eu visto? Esse, este ou aquele ?
Marg: - Senhora, como é uma reunião de negócios sugiro a roupa branca, com a camisa azul.
Agradeci e achei que a escolha era realmente perfeita. Estava tomando um banho demorado em minha banheira para relaxar quando meu esposo entra e me pergunta se eu iria demorar muito, aquilo me irritou profundamente, há alguns meses nós já não tínhamos nenhuma intimidade e o que ele fazia ali?
Respondi rispidamente, peguei o roupão e fui me vestir nada iria estragar aquele momento nem ele resolvi deixar esse problemão para ser resolvido depois. O que me interessava agora era meu emprego. Vesti-me, fui até o espelho e depois de longos meses consegui olhar em um espelho e gostar da imagem que via, era realmente muito bonito o conjuntinho branco de saia até o joelho, justa, mas sem exageros.
Achei que estava linda! E realmente estava. A combinação com a blusa azul havia ficado perfeita, combinava com meus olhos fazendo com que os mesmos ficassem mais bonitos do que realmente eram. Maquie-me, perfumei-me, desci as escadas, peguei o carro e fui para a bendita entrevista.
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Eu estava sentada naquela recepção maravilhosa, tudo lá era grandioso e lindo. Cadeiras em couro branco e madeira na cor ébano. Mesas rústicas também na cor ébano. A produtora ficava um pouco afastada de Los Angeles, era uma mansão antiga e muito ampla. Toda decoração era muito bem elaborada, com muito bom gosto. Tudo parecia uma obra de arte e podia até jurar que alguns dos quadros ali expostos nas paredes deveriam ser autênticos, minha mente se dispersou, olhando tanta beleza mas eu não podia me deter nesses detalhes, pois, o mais importante seria essa entrevista e eu tinha que me manter calma e determinada.
Junto comigo havia mais 12 pessoas, todas com o mesmo interesse, me senti meio mal naquela recepção, parecíamos todos famintos atrás de uma única fatia de bolo, pensei logo, perdi mais essa.
Comecei a lembrar que estava acostumada a ser requisitada, alguns empresários muitas vezes faziam ofertas para a compra do meu passe, me faziam propostas muitas vezes bem vantajosas, mas todas foram por mim recusadas. Não me prestava a esse papel, sempre fui leal. E hoje estava eu ali com medo de não passar em uma entrevista. Que mundo irônico.
Não demorou muito tempo para que a figura de Chris viesse em minha mente e lembrei-me dele falando que eram algumas vagas, ou seja, mais de uma, relaxei um pouco, procurei me acalmar respirando fundo, tentando usar todas as técnicas da yoga, que foram em vão.
Passamos ali alguns longos minutos quando uma bela moça veio até nosso grupo e solicitou que nós a acompanhássemos até uma sala, que na realidade, era uma espécie de sala de ensaios de dança.
Lá a bela moça de nome Judith (simpatizei com ela de imediato, ela era detentora do mesmo nome da minha Juh), perguntou se alguns de nós gostaríamos de café, água, suco ou qualquer outra coisa. Claro que o nervosismo nos impediam de querer algo, aliás, queríamos, ser entrevistados e acabar logo com aquela agonia.
Eu tinha uma sensação completamente assustadora, sentia-me observada, analisada, sei lá, de repente sinto um arrepio subir pela minha coluna até a minha nuca, como se algo me possuísse, senti esta mesma sensação quando estive no zoológico com os meus filhos e uma linda pantera negra me encarou.
Deixei isso para lá devia ser só uma sensação, ali aguardando fomos conversando uns com os outros e acabamos por nos conhecermos melhor, todos lutando por um emprego, algo em comum nós tínhamos. Simpatizei-me com duas pessoas: a Vanessa e o Charles e acho que foi amizade à primeira vista, pode ser possível isso?
Depois de algum tempo, um rapaz muito bonito, alto, loiro, entra no recinto, apresenta-se como assessor direto do dono da empresa.
Seriam três etapas, a primeira todos nós que estávamos ali havíamos sido aprovados pois foi uma análise de curriculum, a segunda fase seria uma entrevista com ele e a terceira seria uma dinâmica de grupo que seria realizada em um final de semana em um Hotel.
Nos foi comunicado que dependendo de nosso desempenho na entrevista e na dinâmica, provavelmente muitos de nós seríamos contratados pois a empresa estava precisando de funcionários qualificados.
Nisso nossa esperança aumentou bastante, a minha então triplicou, sabia que meu curriculum e meu potencial eram excelentes mas tanto tempo longe do mercado de trabalho me deixava com uma pontinha de insegurança.
Começaram as entrevistas em ordem alfabética, relaxei, porque até que eu fosse chamada.. com certeza seria uma das últimas, depois de mim só havia um Paul e a Vanessa. Aguardei bastante tempo, e a fome começou a dar sinal de vida, houve uma interrupção nas entrevistas e pudemos sair para fazer um lanche.
O lanche nos foi oferecido na mansão era uma mesa farta, tudo muito saudável, fiquei encantada quando vi um monte de sushis, sashimis, e sucos de todos os tipos...é alguém ali tinha um gosto similar ao meu.
Terminado o momento lazer, retornamos aos nossos lugares. Passaram-se mais algumas horas e finalmente, por volta de 16 horas eu sou chamada para ir à sala de reunião.
Quando entrei pude perceber que a sala mais parecia uma sala de interrogatório, daqueles filmes de interrogatório do FBI, havia um grande espelho e uma porta ao lado, uma mesa de parquet, um grande lustre que pendia sobre a mesa, algumas cadeiras também de couro branco, acompanhando a linha da decoração da sala de recepção, um microfone e duas câmeras posicionadas na parte superior da parede atrás de onde Frank estava sentado.
Tocava uma trilha sonora ao fundo que pude identificar como sendo de um dos meus ídolos, o estranho é que era somente instrumental, nunca havia escutado as músicas dele dessa forma, fiquei curiosa mas não quis me desconcentrar e me desliguei um pouco daquilo. Aquele som maravilhoso até me fez relaxar mais do que a minha tentativa frustada da yoga.
Por um momento tornei a me arrepiar e me sentir olhada por olhos de um felino.
Começa a entrevista, Frank me comunica que a entrevista seria filmada e gravada. Aquilo nem me abalou e parece que eu fiquei possuída, fiquei espantada pela desenvoltura que com que eu respondia às perguntas, com a franqueza e com a precisão. Falar sobre mim mesma, sobre o meu trabalho e sobre meus sonhos era gratificante.
Quando realmente fiquei à vontade, pude reparar que Frank tinha um ponto eletrônico no ouvido direito, e que por várias vezes parecia que ele esperava alguém falar com ele para proferir alguma pergunta.
Determinado momento as perguntas deixaram de ser profissionais para serem de cunho pessoal e eu não me senti muito à vontade com aquilo, mas de qualquer maneira respondi algumas dessas questões de maneira rápida e sem muito aprofundamento.
Pude perceber um brilho diferente nos olhos de Frank, ele já não estava mais com a expressão pesada nos olhos, seus olhos pareciam duas estrelas brilhantes, o sorriso já podia ser visto no canto da boca em algum momento provocado por algumas de minhas respostas.
Após 2 horas, Frank deu por encerrada a entrevista e eu o cumprimentei com um aperto de mão, ele segurou minha mão com firmeza e tentou me puxar um pouco dando a entender que gostaria de se despedir com um beijo no rosto. Assim eu aceitei e também retribui com um beijo na bochecha. Ele me comunicou que este final de semana eu deveria estar à disposição da empresa para a dinâmica de grupo e que um carro da empresa me pegaria em casa na sexta-feira por volta de 20 horas. Agradeci e me retirei da sala.
Não sabia ao certo o que havia acontecido, se a entrevista tinha sido boa ou não. Só sei que eu estava satisfeita, sai de lá dei um abraço em Vanessa, trocamos telefone, desejei-lhe boa sorte e me despedi.
Enquanto isso, dentro da salinha de entrevista, a porta ao lado do espelho se abre ....

Capítulo 6 – “Rolando um Sentimento”
- Frank? E aí, o que você achou da pantera? – Michael falou rindo.
- Ufa... Eu estou sem ar até agora!!!
- Como assim sem ar Frank? Tá maluco?
- Mike, ela é maravilhosa, você reparou direitinho...
- Frank, Frank, é claro que eu reparei. Fui eu que mandei você fazer aquelas perguntas para ela esqueceu cabeçudo? Por que você acha que eu me interessaria tanto em saber há quantos anos ela era casada? E outras perguntas muito pessoais.
- Desculpa, Mike, eu me esqueci. Você reparou no brilho do olhar dela, no sorriso maravilhoso que ela tem? na sensualidade com que mexe nos cabelos, o movimento cadenciado dos lábios....
- Frank, para!! Você está exagerando, e mais, EU gostei dela, e você sabe que quando eu gosto de uma coisa eu quero para mim, não sabe? – pergunto incisivo e olhando bem nos olhos de Frank, que abaixou os olhos e falou:
- Tá bom Mike, eu só falei a verdade, ou estou mentindo? Você não pediu a minha impressão? Meu interesse é apenas no curriculum dela, tá bom?
- Frank.... – Mike divagando - Você reparou o quanto ela é diferente da foto que havia no curriculum? Se fosse por aquela foto, ela nunca teria conseguido o emprego...rsrsrs. Como pode alguém assim tão arrebatadora ficar tão esquisitinha numa foto? A sorte dela foi ter um “senhor” curriculum.
- Ah... e me lembre, da próxima vez a foto dos curriculuns tem que ser de biquine.
E assim os dois gargalharam e Mike retornou para trás do espelho porque afinal de contas Frank ainda tinha que cumprir a tarefa de entrevistar mais dois candidatos. Tarefa essa que não adiantaria de nada para Michael, pois ele já havia decidido, pelo menos, quem seria a pessoa que trabalharia todos os dias ao seu lado na produtora, os outros cargos disponíveis o próprio Frank poderia selecionar.
Michael retornou ao seu lugar e não pensava mais nada, não prestava atenção a mais nada, só lembrava do jeito da moça falar, do olhar que ela lançava parecendo o olhar de uma pantera faminta, o brilho daquele cabelo sedoso.... Aiii pensou Michael, chega!!! Essa mulher me deixou alucinado.
De repente ele lembra que ainda existe mais uma etapa da seleção do cargo, e isso o faz delirar e imaginar o que ele poderia fazer para que eles se aproximassem sem que ela se sentisse ameaçada. Ainda tenho três dias para isso vou pensar algo.
Mordeu o lábio inferior, fechou os olhos e deu aquele sorrisinho maroto. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Capítulo 2 – Conhecendo um pouco de mim
Estamos no ano de 2006. Acho que devo me apresentar: Eu sou Nathaly, sou uma jovem balzaquiana, divorciada, branca, pareço até a Branca de Neve, de cabelos castanhos e olhos azuis, baixinha, quase um metro e sessenta, mãe de 2 filhos: Daniel (12) e Judith (Juh) (11).
Vou à Academia todos os dias pela manhã, corro na esteira ouvindo as músicas que amo - todos os dias as mesmas músicas - faço musculação, nada muito pesado somente o suficiente para delinear as curvas de meu corpo e manter-me com a saúde em dia.
Amo comida japonesa, chinesa e mexicana. Cozinho divinamente, embora não o faça com frequência, pois tenho uma excelente assistente (Margareth) que me auxilia com esses pormenores. Tenho por hábito vestir taillers pois o meu cargo assim exige, nas horas de lazer costumo sempre usar roupas leves, folgadas e claras.
Minha maior diversão é ir aos parques temáticos, acompanhada de meus filhos, é lógico. Esse hábito adquiri com um grande amigo. Cinema, teatro, passear em parques, tudo isso é meu hobby.
Sou formada em Economia, doutorada, pós-doutorada, entre outros títulos, fui presidente de uma grande empresa de investimentos em NY e hoje ocupo um cargo de confiança dentro de uma grande empresa de Produção, a qual não posso divulgar o nome, por sigilo de contrato.
Meus filhos, estes sim, hoje, são a razão da minha vida. Daniel quer ser físico nuclear e Judith é apaixonada por música, quer muito se tornar uma grande guitarrista. Acho que os dois, um dia, conseguiram o que querem.
Hoje moro em um apartamento de luxo, último andar de um prédio, em um bairro famoso em Los Angeles.

Capítulo 3 – O marco
Voltando no tempo, ano de 1998.
Há algum tempo, sofria de depressão, quando vendo um filme que adoro, comecei a passar mal e fui levada às pressas para o hospital. Minha pressão arterial estava elevadíssima e todos no hospital acharam que eu teria um AVC, a correria foi total para tentar reverter o quadro clínico no qual eu me encontrava, nenhum médico entendia como uma jovem de 27 anos poderia dar entrada no hospital com um quadro de possível derrame cerebral.
Esse foi o sinal para que eu mudasse a minha vida, quando me recuperei do susto jurei para mim mesma que as coisas não ficariam dessa forma, busquei uma força, nem sei de onde, mas tentei recuperar-me e não me entregar mais a esses pensamentos negativos.
Logo que sai do hospital e fui para casa, minha grande amiga Susie aconselhou-me a procurar um analista para fazer uma terapia, e assim eu o fiz, meu tratamento no início foi difícil por que só sabia chorar e nada mais, foram semanas dessa forma. Por conta dessa depressão que havia se instalado em meus pensamentos, já havia alguns anos que eu havia abandonado meu lado profissional, só fazia algumas coisinhas pequenas para amigos, aplicação em bolsa de valores, às vezes cálculos de empréstimos, nada do que anteriormente eu estava acostumada a fazer, nada de tomar decisões que poderiam decidir a vida financeira de uma grande empresa. A vida havia me dado uma rasteira e eu havia caído de quatro e ficado lá na sarjeta. Nem para dirigir mais eu tinha ânimo, cinema, teatro, dança.. isso tudo...nunca mais.
Aquele jeitinho extrovertido, irreverente, compenetrado, sedutor, criança e brincalhão sumira completamente do meu ser, dando lugar a uma mulher amarga, triste e insuportável.
Aos poucos a terapia foi auxiliando-me e devagarzinho fui retornando os passos da minha vida, em primeiro lugar voltei a dirigir, comecei com pequenos passos até chegar aos de grande porte, como viagens para outros estados, sozinha com meus filhos, sem meu esposo.
O próximo grande passo seria voltar ao mercado de trabalho. Essa era a tarefa mais difícil.

Capítulo 4 – Minha volta à vida

Com a ajuda da terapeuta Leyla eu conseguia me erguer, voltei a ter amor próprio, e a tentar voltar a ser a Nathaly de antes.
Resolvi que tinha que voltar ao mercado de trabalho, estava forte, segura, decida, retomei meus estudos e resolvi fazer meu doutorado.
A tarefa de voltar ao mercado de trabalho quando se está afastada é árdua, mas mesmo assim, não esmoreci, por que se almejava mudar a minha vida tinha que ser agora ou então não seria nunca mais.
Contratei uma empresa de Consultoria em Recursos Humanos, muito renomada, eu pretendia exercer um cargo similar ao que ocupava anteriormente, para isso precisava de uma empresa de porte para oferecer o meu curriculum às grandes empresas.
Assim passaram-se alguns meses, continuei no meu doutorado, comparecei a algumas entrevistas em empresas, algumas até gostei, mas outras realmente eram empresas que não havia uma perspectiva de se chegar a algum lugar.
Trabalhar simplesmente por trabalhar nunca foi meu pensamento, sempre fui uma pessoa dedicada a tudo que fazia, sempre dei minha alma pelas empresas nas quais trabalhei e agora não seria diferente, amava desafios, e preciso fosse abriria mão de um salário tão alto apenas para que me sentisse útil e que pudesse mostrar todo o meu talento.
Um dia Christian - meu Consultor dentro da empresa da RH – telefonou-me e informou que uma empresa nova estava entrando no Mercado e estava contratando um grupo de 10 pessoas para compor a diretoria e a gerência da empresa.
Das necessidades que esta empresa necessitava uma delas era uma profissional que detivesse exatamente o meu perfil.
Assim sendo, Chris rapidinho ligou para mim e me propôs que eu participasse de um processo de seleção que seria difícil, pois segundo informações o dono da empresa era uma pessoa muito exigente.
Esta empresa era uma Produtora de Vídeo e Som, fiquei realmente intrigada, deveria ser muito bom trabalhar em uma área que era de meu total interesse: música e vídeo.
Aceitei na hora fazer a seleção.
Ali se iniciava mais um capítulo da minha história.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Avassaladora
Capitulo 1 - Introdução

Nova York, ano 1998
Dezembro, frio, muito frio, nunca foi tão rigoroso um inverno por aqui, nem o aquecedor e as roupas pesadas podiam acalentar e aquecer meu coração, tão desiludido... Gritos, som alto, crianças berrando, aquilo tudo me deixava louca, pedia, implorava para que ele me ajudasse, tinha acabado de perder um emprego que havia me dedicado há anos, deixei de ter uma vida de muito conforto. Por que ele não me ajuda, o que eu fiz?

Ocupava um cargo de confiança e ganhava o suficiente para sustentar minha família. Meus filhos estudavam nas melhores escolas, tinham uma poupança polpuda para o futuro deles, tudo isso para que quando chegassem à faculdade tivessem seus futuros garantidos.

Minha casa era enorme e por isso eu tinha alguns empregados, alguns não, vários. Perdi tudo, por minha própria culpa, meu orgulho era enorme. Desafiei a todos, com razão, mas não deveria ter feito isso, o profissionalismo tinha que ter falado mais alto que meu orgulho.

Tentava em vão encontrar naquele homem toda a segurança, carinho e conforto que mais precisava nesses momentos, e não encontrei. Eram quase 8 anos de casamento, por que ele não era meu cúmplice, por que não era meu companheiro?

Ele não se preocupava em fazer nada para me ajudar, e eu cada vez mais sentia que me minhas forças se esvaiam, com filhos pequenos não tinha ânimo para sequer dar-lhes um beijo de bom dia.
Por várias vezes chegava à janela do prédio onde morava, e olhava os carros que mais pareciam de brinquedo, passando de forma ora desenfreada, ora morosa. Ficava observando as pessoas caminharem na rua, algumas vezes esbarrando-se outras vezes esquivando-se, tudo sempre igual e impessoal.

Quantas vezes, só eu sei, pensei em pular aquela janela e me jogar na imensidão do espaço para aplacar-me da tortura que tanto me assolava. Tudo encaminhava para que eu tivesse um fim trágico, e assim quase que a vida delineou o meu destino...



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Bom dia!!

Retomei hoje a escrever!!!
É isso mesmo para quem gostava de ler o que postava eis de volta.
Amanhã posto o meu novo texto que fala sobre a dedicar-se a outrem.
Espero que gostem!!!
bjkas

quarta-feira, 18 de março de 2015

Minhas amadas pessoas................ Lá estou eu hoje, melancólica, revirei minha caixa de guardados e achei uma das primeiras coisas que escrevi, não há motivação para escrever, mas neste dia houve.. não sou mais assim, mas já fui.

O porquê da solidão? Busco a resposta, por favor... respondam-me!
Sempre fico sozinha... sozinha em uma sala repleta de pessoas, sozinha em minha cama de casal, sozinha no meio da multidão.
Isto, em minha vida é comum. Digo algumas vezes, às pessoas que me rodeiam, sejam amigos ou não, que eu sou a pessoa acompanhada mais sozinha que um dia eu ousaria conhecer.
Nunca me interessei em namorar quando jovem, idealizava ser uma pessoa bem sucedida na vida, empresária, gerente, trabalhar em uma grande empresa, nunca idealizei um casamento e sequer cogitei a ideia de ter filhos, a expressão “ser mãe” para mim era uma coisa que não existia no meu dicionário mental.
 O que mais desejei durante essa maravilhosa fase de minha vida, era divertir-me ao máximo que eu pudesse, fui incessantemente controlada em meus passos, então qualquer vestígio, qualquer sinal de fumaça, som, luz... seja lá o que fosse que fizesse alusão a algum divertimento, eu pressentia e sempre estava lá.. a postos.
Namorar para quê? Para que eu não pudesse divertir-me do jeito que desejava? para que eu não pudesse conversar com os amigos, jogando um monte de conversa fora, dançar e dançar, cantar e cantar e dançar como amava cantar e dançar, porque não fui bailarina?
Acho que quanto menos nos preocupamos e desejamos as coisas mais elas aparecem em nossas vidas, elas surgem com uma simplicidade e uma facilidade fora do normal até.
Minha vida fluiu assim, até que me apaixonei perdidamente por homem que me fez mulher na essência, na vida, na alma... Amei desesperadamente e descobri o quanto o amor é lindo e o quanto ele pode nos fazer sofrer também: quando o sentimento não é correspondido e quando por amor cedemos demais, quando achamos que por amor tudo pode se abnegar, quando permitimos sermos dominados por outrem, eis o caos da questão.
Por amor desisti de todos os meus sonhos, EU somente EU.
É maravilhoso amar, mesmo que doa, porque nos faz sentir vivos, nos faz sentir a essência e a alma das pessoas. Eu acredito no amor e vou sempre acreditar, pessoas são diferentes, não generalizo nada, porque não sou simpática a rótulos.
Sempre fui simples e dentro desta simplicidade tracei minha vida, meus desejos, minhas possíveis realizações. Nada do que planejei,  concretizei, absolutamente nada, não foi por falta de tentativas, não, não pensem que foi, eu nunca desisto.
A razão de estar hoje aqui na presença de vocês são meus filhos, aqueles que um dia nunca sonhei em ter e que vieram para ficar ao meu lado e mostrar que é a única maneira de amar incondicionalmente, haja o que houver e quando houver, eu os amarei eternamente.
Se hoje, pudesse definir o que foi minha vida, definiria que foi uma luta, um luta incansável em busca daquilo que mais gosto de dar as pessoas O AMOR.
Encontrei? Sim... foi recíproco? até hoje não, Será um dia? Sim, nunca perco a esperança.
Binhawriter (31/12/2000)













terça-feira, 17 de março de 2015

O primeiro momento

Há alguns dias surgiu uma dúvida, eram gansos ou patos?
Patos ou gansos que diferença isso fazia na amplitude do momento vivido, eram detalhes, mas nossas vidas são remendos de detalhes, patinhos nadando, bancos ao sol, bancos à sombra, crianças brincando inocentemente em meio a um cenário onde ouvia-se uma bela sinfonia ao longe, e como era doce. Suave como a magia de um encontro adolescentemente maduro. Entre carinhos e testemunhos, palavras   e toques, houve a semente, a alegria, o encanto, o olhar malicioso cheio de beleza, a gargalhada incontida, as carícias mais fortes e avassaladoras, carícias que deixam marcas, não as visíveis, mas as da alma. Um belo sorriso, um afago encantador, uma carícia no momento certo e o toque perfeito, a música ambiente, a água tão saborosa, beijos perfeitos, pequenos retalhos... grandes detalhes, Entrega? E porque não? Não foi total pois na consciência havia um pouco de insegurança e pré=conceitos. Para que eles nos servem, senão para quebrá-los e os muros que erguemos para serem transpassados? Sei que experiências maravilhosas são inesquecíveis, pode não ter sido a beleza de um entardecer à beira da praia, mas foi como despertar a hora por-do-sol e perder a belíssima visão por segundos. Sou consciente que o sol nasce e esconde=se todos os dias, e cada dia demonstra-se diferente e mais lindo e perfeito aos nossos olhos. Eu desejo ver o por-do-sol plenamente sem amarras, sem rótulos,   livre, leve e solta... como sou quando sinto confiança no chão arenoso ou não ao qual eu piso. Quero ver novamente, sentir novamente, cheirar novamente, tocar novamente o desabrochar neste lindo momento.
E os gansinhos.... ahhhhhh os gansinhos... vão andando entre os amantes e as crianças, levando com eles a ternura e o amor verdadeiro que está no ar, até entrarem no lago e sentirem-se totalmente em casa;..

Binhawriter
Bom dia amigos amados,

Estou de volta e com a corda toda, a mil por hora, não sei se sei escrever divinamente, mas amo escrever...
Então, temos um situação clara..... vou coisar coisando as coisinhas coisadas.. aqui estarão meu devaneios,
o mais recente publicarei hoje.
Este ano de 2015 iniciou-se às escuras e completamente iluminado.. (sem luz e na luz).
Seguindo minhas loucuras.. já já vai.